Por Ludmilla Lôbo
Entrevista sobre experiências de intercâmbio com Nicole Tannus. Nicole tem 20 anos, é aluna do curso de engenharia de computação e está morando na Holanda.
Ludmilla Lôbo: Você sempre teve o sonho de fazer um intercâmbio? Quando decidiu que queria morar na Holanda? Sua família apoiou essa ideia?
Nicole Tannus: Desde a época de ensino médio, sonhava em fazer intercâmbio. A ideia de estudar no exterior e aprender sobre a cultura de outros países sempre me pareceu maravilhosa, mas não sabia exatamente para onde iria. A oportunidade de ir para a Holanda veio por meio de um email que recebi da secretaria do meu curso, engenharia de computação, sobre um edital reaberto pela falta de inscritos. Conversei com meus pais a respeito dessa oportunidade e ambos se mostraram muito animados com a ideia, desse modo me apoiando por todo o caminho.
LL: Você viajou por qual programa de mobilidade estudantil? Quais foram os principais pré-requisitos exigidos por esse programa?
NT: O programa pelo qual viajei se chama BRANETEC e é financiado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Os principais pré-requisitos eram estar matriculado no curso de graduação em engenharia elétrica ou engenharia de computação da UFG, ter proficiência na língua inglesa, ter realizado a prova do Enem após 2009 com uma nota igual ou superior a 600 pontos e apresentar uma média global maior ou igual a seis.
LL: Quais eram suas expectativas ao fazer um intercâmbio? Suas expectativas estão sendo correspondidas?
NT: Minha expectativa era a de ter um choque cultural e educacional muito grande ao chegar aqui na Holanda. O choque não foi assim tão grande, mas as diferenças são muitas. É um país extremamente bonito e de muita organização, com pessoas muito prestativas e um sistema de educação muito bom. Estou muito feliz por ter escolhido a Holanda como um lugar para estudar.
LL: Em qual região da Holanda você mora? Você teve dificuldades com o idioma?
NT: Moro na região sul da Holanda, em uma cidade chamada Eindhoven. É uma cidade bem cosmopolita, com uma grande quantidade de estudantes devido às faculdades que aceitam estrangeiros, como a TUE (Eindhoven University of Technology) e Fontys, que é onde estudo. Eindhoven também é sede da empesa Philips, uma das razões da grande quantidade de estrangeiros aqui. Assim como em Eindhoven, a língua mais falada aqui na Holanda é o holandês, uma língua que mistura elementos do alemão e do inglês. Não tenho conhecimento algum em holandês, mas felizmente não passei por grandes dificuldades aqui. Isso acontece porque uma grande parte das pessoas falam inglês, e muito bem, diga-se de passagem. O único problema é que as embalagens dos produtos geralmente não incluem o inglês, mas, nessas horas, o Google Tradutor ajuda muito.
LL: A universidade onde você estuda é receptiva a alunos estrangeiros? Você pode contar um pouco sobre suas experiências com os outros alunos?
NT: A Fontys é uma ótima universidade e se mostra muito receptiva a alunos estrangeiros. Uma parte do secretariado aqui se dedica aos alunos estrangeiros de modo a evitar que eles fiquem perdidos. Como estudo em uma turma de estrangeiros, tive contato com alunos de muitas nacionalidades, desde chineses até paquistaneses e omani. Pensei que haveria alguns conflitos, mas felizmente todos aceitam suas diferenças, o que me deixa muito alegre. Fiz muitos amigos aqui e posso dizer que são todos ótimas pessoas e que vivemos todos em harmonia.
LL: O formato das aulas ministradas na universidade holandesa é muito diferente do estilo das aulas da UFG?
NT: Fora o fato de que todas as aulas são ministradas em inglês, o formato de aulas não é muito diferente da UFG. Cada aula tem uma hora e 50 minutos de duração, e eu tenho em médio três aulas por dia. A aplicação de provas aqui é um pouco diferente, já que existe uma semana dedicada exclusivamente à aplicação das mesmas em cada bloco. Um fator que vale ressaltar é a importância dada às aulas práticas (ou de resolução de exercícios no caso de algumas matérias), que chegam a ocupar metade da carga horária de cada matéria aqui.
LL: Do que você mais sente falta? Já teve algum dia que você pensou em deixar o intercâmbio e voltar para o Brasil? Se sim, como você "contornou" essa situação?
NT: Sinto muita falta da minha família e amigos. É muito legal morar na Holanda, mas preferiria que estivessem aqui comigo. Mantenho contato com eles constantemente através de Skype para a saudade não tomar conta. Todos estão sempre me apoiando e isso me faz seguir em frente.
LL: No geral, como você classifica sua experiência como intercambista na Holanda? Qual conselho você daria para um estudante interessado em fazer intercâmbio?
NT: No geral, minha experiência como intercambista na Holanda está sendo incrível. Viver sozinho em outro país tem seus altos e baixos, mas é sempre muito engrandecedor para um estudante. O sonho de fazer intercâmbio não é tão difícil assim como alguns alunos pensam. O meu conselho para os interessado é que ele ou ela sempre esteja atento às chamadas de intercâmbio. Existem programas para diversos países do mundo e muitos deles nem preenchem todas as vagas como aconteceu no meu programa. Esteja em dia com seus documentos e faça provas de inglês como o Toefl ITP que a UFG oferece de graça. O problema dessas chamadas é que muitas são rápidas, então ajuda muito se o aluno tiver os documentos básicos de que toda oferta de intercâmbio necessita. (Agência de Notícias UFG)
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