13 de novembro de 2014

Estudante de Engenharia de Computação, Nicole Tannus, fala sobre suas experiências como intercambista

Por Ludmilla Lôbo

Entrevista sobre experiências de intercâmbio com Nicole Tannus. Nicole tem 20 anos, é aluna do curso de engenharia de computação e está morando na Holanda. 

Ludmilla Lôbo: Você sempre teve o sonho de fazer um intercâmbio? Quando decidiu que queria morar na Holanda? Sua família apoiou essa ideia?

Nicole Tannus: Desde a época de ensino médio, sonhava em fazer intercâmbio. A ideia de estudar no exterior e aprender sobre a cultura de outros países sempre me pareceu maravilhosa, mas não sabia exatamente para onde iria. A oportunidade de ir para a Holanda veio por meio de um email que recebi da secretaria do meu curso, engenharia de computação, sobre um edital reaberto pela falta de inscritos. Conversei com meus pais a respeito dessa oportunidade e ambos se mostraram muito animados com a ideia, desse modo me apoiando por todo o caminho.

LL: Você viajou por qual programa de mobilidade estudantil? Quais foram os principais pré-requisitos exigidos por esse programa?

NT: O programa pelo qual viajei se chama BRANETEC e é financiado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Os principais pré-requisitos eram estar matriculado no curso de graduação em engenharia elétrica ou engenharia de computação da UFG, ter proficiência na língua inglesa, ter realizado a prova do Enem após 2009 com uma nota igual ou superior a 600 pontos e apresentar uma média global maior ou igual a seis.

LL: Quais eram suas expectativas ao fazer um intercâmbio? Suas expectativas estão sendo correspondidas?

NT: Minha expectativa era a de ter um choque cultural e educacional muito grande ao chegar aqui na Holanda. O choque não foi assim tão grande, mas as diferenças são muitas. É um país extremamente bonito e de muita organização, com pessoas muito prestativas e um sistema de educação muito bom. Estou muito feliz por ter escolhido a Holanda como um lugar para estudar.

LL: Em qual região da Holanda você mora? Você teve dificuldades com o idioma?

NT: Moro na região sul da Holanda, em uma cidade chamada Eindhoven. É uma cidade bem cosmopolita, com uma grande quantidade de estudantes devido às faculdades que aceitam estrangeiros, como a TUE (Eindhoven University of Technology) e Fontys, que é onde estudo. Eindhoven também é sede da empesa Philips, uma das razões da grande quantidade de estrangeiros aqui. Assim como em Eindhoven, a língua mais falada aqui na Holanda é o holandês, uma língua que mistura elementos do alemão e do inglês. Não tenho conhecimento algum em holandês, mas felizmente não passei por grandes dificuldades aqui. Isso acontece porque uma grande parte das pessoas falam inglês, e muito bem, diga-se de passagem. O único problema é que as embalagens dos produtos geralmente não incluem o inglês, mas, nessas horas, o Google Tradutor ajuda muito.

LL: A universidade onde você estuda é receptiva a alunos estrangeiros? Você pode contar um pouco sobre suas experiências com os outros alunos?

NT: A Fontys é uma ótima universidade e se mostra muito receptiva a alunos estrangeiros. Uma parte do secretariado aqui se dedica aos alunos estrangeiros de modo a evitar que eles fiquem perdidos. Como estudo em uma turma de estrangeiros, tive contato com alunos de muitas nacionalidades, desde chineses até paquistaneses e omani. Pensei que haveria alguns conflitos, mas felizmente todos aceitam suas diferenças, o que me deixa muito alegre. Fiz muitos amigos aqui e posso dizer que são todos ótimas pessoas e que vivemos todos em harmonia.

LL: O formato das aulas ministradas na universidade holandesa é muito diferente do estilo das aulas da UFG?

NT: Fora o fato de que todas as aulas são ministradas em inglês, o formato de aulas não é muito diferente da UFG. Cada aula tem uma hora e 50 minutos de duração, e eu tenho em médio três aulas por dia. A aplicação de provas aqui é um pouco diferente, já que existe uma semana dedicada exclusivamente à aplicação das mesmas em cada bloco. Um fator que vale ressaltar é a importância dada às aulas práticas (ou de resolução de exercícios no caso de algumas matérias), que chegam a ocupar metade da carga horária de cada matéria aqui.

LL: Do que você mais sente falta? Já teve algum dia que você pensou em deixar o intercâmbio e voltar para o Brasil? Se sim, como você "contornou" essa situação?

NT: Sinto muita falta da minha família e amigos. É muito legal morar na Holanda, mas preferiria que estivessem aqui comigo. Mantenho contato com eles constantemente através de Skype para a saudade não tomar conta. Todos estão sempre me apoiando e isso me faz seguir em frente.

LL: No geral, como você classifica sua experiência como intercambista na Holanda? Qual conselho você daria para um estudante interessado em fazer intercâmbio?

NT: No geral, minha experiência como intercambista na Holanda está sendo incrível. Viver sozinho em outro país tem seus altos e baixos, mas é sempre muito engrandecedor para um estudante. O sonho de fazer intercâmbio não é tão difícil assim como alguns alunos pensam. O meu conselho para os interessado é que ele ou ela sempre esteja atento às chamadas de intercâmbio. Existem programas para diversos países do mundo e muitos deles nem preenchem todas as vagas como aconteceu no meu programa. Esteja em dia com seus documentos e faça provas de inglês como o Toefl ITP que a UFG oferece de graça. O problema dessas chamadas é que muitas são rápidas, então ajuda muito se o aluno tiver os documentos básicos de que toda oferta de intercâmbio necessita. (Agência de Notícias UFG)

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