18 de novembro de 2014

Aliança entre a creche e o Cepae

Por Adriel Abreu

Durante muito tempo, foi cogitada uma aliança entre a unidade que é conhecida como a “creche da UFG” com as demais unidades do Cepae. Hoje, o casamento foi consolidado e há muitas expectativas para o futuro. “Antes havia uma lacuna entre as unidades e quem perdia com isso eram as crianças”, relata a pedagoga Rosimeire Diniz da Silva; especialista em psicopedagogia que trabalha há 22 anos na instituição da primeira fase do Cepae (Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação); a antiga creche da UFG. Agora, porta voz da primeira fase.

Adriel Abreu: Como começou esta ligação entre a “creche” as demais unidades do Cepae? 

Rosimeire Silva: Esse projeto partiu de varias demandas. A princípio, era a de nós estarmos ou não vinculados à unidade acadêmica e a necessidade de ter os profissionais (professores) aqui concursados pela UFG. Como estávamos anteriormente ligados à assistência da pró-reitoria de assistência, isso não era possível, porque aquela unidade por norma não pode ter contato com o curso básico de professores. E daí, veio essa necessidade. Algumas unidades foram cogitadas: a faculdade de educação física, por exemplo. Quem manifestou condições, interesses, e por estar mais próximo do Cepae geograficamente, e por ser o Cepae uma unidade que já atendia a primeira fase do ensino, então nós achamos melhor e fomos colhidos por esta unidade e passamos a ser vinculados a ela.

AA: Qual tipo de benefício que se tem dessa relação atual?

RS: Eu creio que o principal é de termos vagas para docentes. A partir dessa vinculação passamos a ter condição de ter vagas para professores de carga IBTT, que são professores de primeiro e segundo graus. Então, a gente tem essa condição de ter professores formados, temos hoje aqui quatro mestras que são professoras. Então essa vaga, o que eu acho o principal. Que é importante para o trabalho com o desenvolvimento to ensino infantil.

AA: Mais vagas demandam mais espaço físico, existe algum projeto de ampliação dessa primeira fase?

RS: Sim, temos um projeto exatamente por causa dessa lacuna. Hoje, o departamento de educação infantil só consegue atender às crianças de até quatro anos e onze messes. E o colégio de aplicação (Cepae) só pega crianças a partir dos seis anos. Então as crianças de cinco a seis anos ficam fora. Elas vão para uma instituição de ensino fora (pública ou particular depende de como as famílias se organizarem), ou não vão para nenhuma instituição, permanecem em casa, e no ano seguinte, quando são reabertas as matriculas, elas voltam para o Cepae. Elas não perdem o vinculo, elas ficam fora, mas o sorteio que é feito para a educação infantil ainda fica valendo para o primeiro ano na primeira fase. E, se for do interesse da família, ficam ate o terceiro ano do ensino médio. E, sim, existe um projeto para ampliação do nosso espaço físico para contemplar essa nova faixa etária.

AA: Como você acha que os pais veem essa ampliação, já que antigamente eles achavam que esse instituto era uma creche, e agora eles estão vendo a instituição como uma escola. O que você acha que é o ponto de vista dos pais a respeito disso?

RS: Isso varia bastante, tem pais que ainda acham que aqui é a creche e que ela tem um caráter puramente assistencial, que a gente não precisa ter projetos, que a gente não precisa, por exemplo, ter os nossos dias de formação e avaliação das práticas. E, hoje, o departamento do ensino infantil, ele tem o caráter educativo, além do assistencial. Um não sobrepõe ao outro. Existe aí uma ligação muito forte entre o cuidar e o educar. Então, na maioria das vezes, os pais veem isso como algo positivo.

AA: Desde que houve a ligação, essa conversa entre todas as unidades, aconteceu alguma mudança na forma em que os professores se relacionam com as crianças aqui no instituto?

RS: Acredito que não, por causa dessa ligação. A nossa proposta ainda é a mesma, é uma proposta bem consolidada. O que eu acredito que mudou são questões de avanço no quadro dos professores. Nós estamos o tempo todo avaliando as nossas praticas, puxando, trazendo, como nos temos um quadro muito instável que troca muito, hoje ainda o nosso quadro é bem menor na questão de contratação de professores do que de estagiários, então isso faz com que o quadro se modifique sempre e o tempo todo temos que estar formando esses profissionais. E eu acredito que isso depois que nós temos esse quadro de professores - que ainda vamos ampliar - essa realidade tende a ser mudada. Ano a ano vai evoluindo. Nós temos um grupo de estudos que acontece uma vez no mês, à noite, onde as professoras têm aqui neste espaço uma extensão dessa carga horária que serve para a formação, para estudo e reflexão.

AA: Professora Rose, 22 anos de casa, o que significa, para você em especial, este novo momento que a instituição esta vivendo?

RS: Representa uma evolução, um favorecimento da promoção da educação infantil. Nessa fase que a gente tem lutado tanto, pois tudo tem uma luta. Vinte e dois anos nós passamos por vários momentos: de conflito, de aceitação e de convencimento da comunidade sobre educação infantil enquanto direito da criança. Anteriormente nos não tínhamos visibilidade, quando se falava que existia um departamento de educação infantil, naquela época uma creche, dentro de uma universidade, as pessoas meio que torciam o nariz para quem era professor nessa unidade, nos não tínhamos nenhum mérito, nenhum reconhecimento. Hoje, não. Temos uma visibilidade e isso é muito importante, levando em consideração que isso gera benefícios principalmente de capital humano intelectual que a gente trás para a unidade. (Agência de Notícias UFG)

0 comentários:

Postar um comentário

© Agência de Notícias UFG 2012 | Blogger Template by Enny Law - Ngetik Dot Com - Nulis