18 de novembro de 2014

Estudante de direito, João Lucas Batista, relata problemas no campus de Goiás e fala sobre as dificuldades que enfrenta ao se deslocar para outro município

Por Rafael Tomasseti

João Lucas Batista de Sousa é estudante do segundo período do curso de Direito na Regional da Cidade de Goiás (RCG). É natural de Goiânia e desloca-se todos os dias para a antiga capital estadual para estudar. Em entrevista, ele nos conta como foi a mudança e suas impressões sobre a RCG e a cidade de Goiás. O estudante aponta a precariedade do campus e a grande quantidade de alunos que precisam se deslocar para frequentar o curso.

Rafael Tomasseti: É difícil para você se deslocar todos os dias de Goiânia? Como foi a adaptação à cidade de Goiás?

João Lucas Batista: Agora posso dizer que tenho duas residências. Uma em Goiânia, onde resido com meus pais, e uma na Cidade de Goiás. Pela distância curta, são cerca de 130 km da capital, é possível ir e voltar todos os dias para assistir às aulas. Porém, por conta dos núcleos livres e atividades extras, existe então a necessidade de dormir na cidade em alguns dias da semana. Não considero difícil este deslocamento, uma vez que grande maioria dos estudantes da graduação Direito na RCG (Regional Cidade de Goiás) provém de outras cidades. Pode-se afirmar que é cansativo.

JLB: A adaptação à cidade ainda não é um fato para mim, morar no interior é complicado e tem suas peculiaridades. A péssima estrutura do campus e da cidade se traduz em decepção para quem um dia almejou estudar em uma universidade federal. A falta de uma biblioteca (que está sempre em obras), Restaurante Universitário (RU) e Casa do Estudante faz a RCG parecer mais uma extensão do curso goianiense do que uma regional autônoma. A necessidade de deslocar para Goiânia ainda é grande. 

RT: Em seu tempo como aluno, quais os maiores problemas percebidos?

JLB: Como aluno da RCG, me deparei com alguns problemas referentes à falta de estrutura da cidade e do campus. Os professores que se deslocam de Goiânia para Goiás são pouco acessíveis. Considero uma perda muito grande aos alunos do curso, uma vez que o professor residente da capital, não terá disponibilidade para exercer projetos de extensão no curso.

Outro grande problema que aponto é a escassez de oportunidades na área do direito na cidade. Vários estudantes são obrigados a estagiarem na capital pela falta de oportunidades na região do Vale do Rio Vermelho. Fato que deprime os estudantes que residem em Goiás.

RT: Como você avalia os professores do seu curso?

JLB: Como toda UFG, temos a honra de ter docentes com excelência acadêmica, doutores e autores de projetos respeitados. O teor crítico dos alunos é uma realidade bastante trabalhada na RCG, podemos dizer que somos alunos críticos e atuantes nos movimentos sociais. Estudo em uma universidade de referência em direito agrário em todo o país.

RT: Como aluno de Direito, você acha que os demais cursos (Filosofia, Serviço Social, etc.) são marginalizados?

JLB: O curso de Direito representa uma boa parte dos estudantes da RCG, logo, a participação de alunos de direito é significativa nos mais variados assuntos da regional. Outros cursos são menos visados na regional, e, com isso, existem mais habitantes vila-boenses matriculados nestes. Fator este que gera uma falta de diálogo heterogêneo na regional.

RT: O que você considera que precisa melhorar na regional de Goiás?

JLB: Esta é uma pergunta simples para uma resposta complexa que necessita estudo. A enorme precarização da regional é uma realidade do estudante da RCG. A falta de um DCE (Diretório Central dos Estudantes) na regional é um exemplo que posso citar. O sonho de qualquer estudante da RCG é um dia ter um campus com estrutura condizente com a UFG. (Agência de Notícias UFG)

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