21 de novembro de 2014

Estudante de Farmácia fala sobre o curso e suas expectativas profissionais

Por Tiago Madureira

Fernando Miguel de Amorim Lino, 31 anos, natural de Sobradinho (DF), estudante do décimo período de Farmácia na UFG e morador da Casa do Estudante, fala sobre suas experiências, reflexões e projetos.

Tiago Madureira: Porque escolheu Farmácia?

Fernando Lino: Eu sempre tive uma “coisa” pela saúde. Não sei se, às vezes, a gente viaja demais, quer uma sociedade melhor e vê as pessoas sofrendo. Daí você pensa, não sei se é viagem ou alguma inspiração, mas enfim. Eu escolhi Farmácia justamente por isso e, também, porque ela tem muito a ver com pesquisa, você pesquisa muito. É das Ciências da Saúde uma que te permite fazer pesquisa cientifica voltada pra saúde. Na verdade, quando eu comecei fazer, eu não queira fazer Farmácia, queria fazer Engenharia Química, mas, como não tinha na UFG, Farmácia foi o que voltou mais pra pesquisa. Aí escolhi e gostei, estou gostando.

TM: Então o curso correspondeu à tua expectativa?

FL: Sim, ele é um curso muito generalista, você vê de tudo um pouco e te permite focar em muitas áreas, o que vier na sua cabeça você pode ir a fundo e vai embora. É muito generalista, muito amplo.

TM: Você é morador da Casa do Estudante. Como é residir na CEU e qual a importância pra tua permanência?

FL: Pra permanência é muito importante (risos). Principalmente pra quem não tem condição. É a base de tudo. Aqui, ela te dá uma sustentação que lá fora você não encontra. Por mais que sejam pessoas diferentes, de todos os lugares, cores, credos e crenças. Você aprende a conviver, respeitar as diferenças. Eu acho que, apesar de ser um pilar pra sua formação acadêmica, é um pilar que te ensina várias vertentes da sociedade. Isso é muito bacana.

TM: Uma questão muito discutida socialmente é sobre se os farmacêuticos devem poder ou não realizar diagnósticos e receitar remédios. Qual a tua opinião sobre isso?

FL: Cara, estudo tem pra fazer isso, mas eu acho que tem profissional já capacitado pra fazer isso. Isso é um dos ramos, talvez, dos mais pequenos em que o farmacêutico atua. Por isso estar mais perto da sociedade, ela debate em cima, mas o farmacêutico tem muitas áreas pra atuar. Ele prescrever ou não é indiferente pra profissão.

TM: Você publicou um trabalho sobre a capacidade antioxidante dos vinhos¹. Conte um pouco sobre.

FL: Cara, esse trabalho aí surgiu de uma ideia entre mim, meu orientador e mais algumas pessoas no laboratório. Tem muitas pesquisas sobre o vinho, sobre a capacidade antioxidante, sobre se o vinho tinto faz bem pra saúde, se consumido com moderação. Só que estas pesquisas são bem localizadas, você não tem uma visão holística de todo o conjunto dos vinhos. Então a gente fez uma pesquisa pra saber sobre os vinhos de todas as regiões produtoras do mundo. Inclusive a gente desenvolveu um método eletroquímico pra dosear a capacidade antioxidante, porque estes métodos convencionais apresentam resultados não muito confiáveis, com muitas interferências. Já o método que propomos é diferente e rápido de desenvolver, não é algo que polua o meio ambiente. Nos demais métodos, você trabalha com reagentes muito perigosos. Então, aproveitamos esta questão da falta de dados sobre os diferentes vinhos a nível mundial, e propomos um novo método analítico.

TM: Quais são teus planos para os próximos anos?

FL: Em janeiro, eu já pretendo iniciar o Mestrado e seguir na mesma área de pesquisa. Sempre buscar mais conhecimento, eu acho que nunca é demais. A gente vive até morrer e aprendendo. (Agência de Notícias UFG)

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