20 de novembro de 2014

"A gente acaba se apaixonando pela arquitetura em determinado momento de nossa vida"

Por Mireille Bueno

A universidade é um espaço múltiplo, construído coletivamente por alunos, professores e técnicos. Tendo isso como verdade, é de extrema importância que, para conhecer mais sobre um curso, vejamos o olhar de quem participa dele. Os alunos estão, diariamente, lidando com todas as coisas boas que um curso tem para oferecer e, ao mesmo tempo, enfrentando os obstáculos e dificuldades.


Roney Haarengl tem 18 anos e é aluno do segundo período do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Artes Visuais (FAV-UFG). Conversamos em um intervalo de uma de suas agitadas manhãs na faculdade e ele me falou sobre as suas impressões do curso e contou experiências em projetos e vivências na cidade de Goiânia.

Mireille Bueno: O que te motivou a fazer Arquitetura e Urbanismo na UFG? 

Roney Haarengl: É comum de todo aluno de Arquitetura e Urbanismo procurar um curso que não seja técnico e que tenha um lado criativo, mas que você não fique à mercê da sua própria criação. São pessoas que querem ter alguma liberdade, mas querem estar seguros até certo ponto também. Isso é quase unânime entre os estudantes. A gente acaba se apaixonando pela arquitetura em determinado momento de nossa vida. A UFG veio como uma possibilidade que eu tive na época e foi uma boa escolha. 

MB: Você, estudante do segundo período, sente que o curso corresponde às suas expectativas? 

RH: O curso atende até certo ponto. Os professores são ótimos e as matérias são interessantes, mas eu vejo que, por ser um curso novo (seis anos), ele ainda está muito preso à sala de aula. A gente faz as coisas, mas não existe nada que envolva a gente com a universidade em um âmbito maior. 

MB: Você participa de algum tipo de projeto que seja fora da sala de aula? Um projeto que você experimente mais? 

RH: Sim, nós fazemos algumas visitas a prédios e espaços de Goiânia. São visitas orientadas e nós temos a chance de conhecer pessoalmente o nosso acervo arquitetônico e urbanístico. Também existem os grupos de pesquisas, que são coordenados pelos professores, e eles lidam com a cidade. Nesses grupos, nós acabamos tendo que sair da universidade e ver o espaço urbano.

MB: Pode me dar um exemplo de algum projeto que você esteja envolvido? 

RH: Atualmente, estou num projeto de pesquisa com a professora doutora Márcia Metran, que é relacionado à arte urbana. São manifestações de arte que acontecem na cidade. Estátuas são exemplos de arte urbana, graffiti, quando ele é de boa qualidade. Para estudar essas coisas você tem que ir para a cidade. 

MB: A cidade de Goiânia te dá essa possibilidade de estudo? Ela te fornece material que você goste e que possa explorar em um estudo? 

RH: Em relação à arte urbana, Goiânia tem exemplos muito fracos, porque não existe investimento nisso. Nova York, por exemplo, é uma cidade que investe em arte urbana. Hoje, as pessoas visitam NY pela sua arte urbana. Goiânia tem poucos exemplos de uma qualidade boa e eles não são expressivos... Você tem o Monumento do Bandeirante, que pode até ter um significado em relação à nossa história e ao momento em que ela foi criada, mas ele está espremido em um corredor de ônibus, ele perde a expressividade nesse momento. E assim são várias outras coisas que existem em Goiânia, elas ainda são imaturas. 

MB: Pra você, quais são os pontos fortes do curso da UFG?

RH: Em comparação aos cursos de outras universidades, eu acho que o nosso curso, no início do curso, eles deixam a gente com uma liberdade de criação. Ao invés de tentar enquadrar em normas, regras e técnica, eles preferem deixar a gente com certa liberdade pra poder estudar. Conhecer, primeiro, o que é arquitetura. É muito diferente a visão que se tem antes de entrar na sala de aula. A gente conhece um pouco mais o território antes de ter mais que se limitar às regras e normas. Pelo que vemos de outros cursos, isso é bem diferente. Eles estão mais ligados ao mercado. (Agência de Notícias UFG)

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