23 de setembro de 2014

Alunos de psicologia inciam movimentos para exigir alterações no curso

Por Letícia Michalczyk

Os alunos da sétima turma do curso de psicologia organizaram, no dia 6 de maio, o “sem aulismo”, um dia de mobilização no qual os estudantes não assistiram às aulas e reuniram-se para debater a necessidade de alterações na carga horária do curso. As consequências desse ato estão se desenrolando agora. Enquanto alunos de todos os períodos do curso apoiam a causa, os professores se posicionam contra. A ação foi fundamental para a retomada da discussão sobre o assunto no Núcleo Docente Estruturante (NDE), que discute a reformulação do currículo.

O curso de psicologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) possui exigência de uma carga horária de 5.728 horas, sendo 5.080 horas de Núcleo Comum e Núcleo Específico. Além disso, o curso é integral, o que faz com que as aulas iniciem às 13h30 e, a  partir de determinados períodos, só terminem às 21h10. Os estudantes alegam que essa carga horária é excessiva e não permite que eles explorem o curso para além da sala de aula. Alguns alunos se desmatricularam de uma determinada disciplina devido à inflexibilidade da professora e nesse semestre estão enfrentando diversos problemas. Eles afirmam que “estão tentando a todo custo nos impedir de fazê-lo [o curso] ou nos prejudicar de alguma forma”.

Na carta que divulgava o “sem aulismo”, os alunos escreveram: “Falam muito do nosso compromisso social, mas além de não nos colocar em contato com esses sujeitos que devemos nos comprometer, ainda restringem nosso contato com os mesmos, já que não temos tempo para isso, ficamos falando sobre sujeitos abstratos, é a crítica pela crítica. Quem quer fazer pesquisa e extensão, tem que se sacrificar muita coisa para isso, já que tem que dedicar o pouco tempo que lhe resta. Esse tipo de formação não nos forma melhor profissional, tampouco, nos torna críticos.”

O coordenador do curso, Domenico Uhng Hur, dá razão aos estudantes, concordando que há excessos na carga horária. Ele conta que em 2015 deve ser realizada uma reforma no curso. Uma das alterações será na carga horária de Núcleo Livre (NL). Antigamente, os alunos necessitavam de uma carga de nove disciplinas de NL, atualmente, eles precisam de sete e, com a reforma, essa carga será reduzida novamente. Os alunos dizem que as reformas poderiam ter sido realizadas em 2014, mas a demora no processo impossibilitou que isso acontecesse.

A burocracia envolvida nas alterações no curso, como na extinção de matérias, foi apontada pelo coordenador como empecilho. Ele se queixa que os alunos, normalmente, demoram a passar os problemas que ocorrem na sala de aula para a coordenação, o que traz complicações, pois há dificuldade em encontrar soluções tardias. Para ele, outro problema seria o fato de o curso ser integral, nos turnos vespertino e noturno, o que acredita ser mais desgastante. O coordenador afirma, ainda, que os estudantes precisam de melhores discussões e de uma qualificação no debate com o NDE, que é o real espaço de modificação. (Agência de Notícias UFG)

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